As florestas ripárias (árvores e arbustos que ocupam as margens dos rios) da bacia do Tejo armazenamquantidades de carbono comparáveis às florestas de produção portuguesas, como os eucaliptais, os pinhais, e os montados. Esta é a principal conclusão de um estudo desenvolvido pelos investigadoras dos grupos ForProtect e ForEco: Maria Rosário Fernandes, Francisca Aguiar, Maria João Martins, Maria Teresa Ferreira e Alexandra Correia, com a co-autoria de Nuno Rico, publicado na revista Forests.
O trabalho teve como objectivo estimar os stocks de carbono de três tipos de árvores ripárias (amieiro, acácia e salgueiro), em três compartimentos (árvore, folhada caída no solo e solo). Para tal, a equipa de investigadores usou uma metodologia que combinou a recolha de dados de campo e dados remotos provenientes de imagens recolhidas por drones.

Os resultados mostram que em média, as zonas de amial apresentam stocks de carbono de 162 toneladas por hectare (tC ha-1) embora valores mais elevados tenham sido observados nas zonas invadidas por acácias de grande porte. O estudo aponta ainda para uma grande variabilidade no armazenamento do carbono ao longo da galeria ripária em função não só da espécie, mas também da densidade e da idade dos indivíduos. Os maiores stocks de carbono foram observados nas árvores (79%) embora a contribuição relativa dos restantes compartimentos varie em função da espécie dominante.
Técnicas de detecção remota aplicadas às imagens drone multiespectrais permitiram classificar e estimar os stocks de carbono, em função das espécies dominantes, ao longo de toda a área de estudo.
Sendo verdadeiros armazéns de carbono as florestas ripárias são cruciais no combate às alterações climáticas!
Artigo completo: www.mdpi.com/1999-4907/11/4/376/htm