CEF cria mapa com análise a 37 anos de incêndios

Um grupo de trabalho liderado pelo Professor José Miguel Pereira e pelo Professor Pedro Silva elaborou um mapa detalhado com todos os regimes de incêndio à escala de freguesia, e que permite saber onde, quando e com que características os fogos ocorrem. 

O relatório “Cartografia de Regimes de Fogo à Escala da Freguesia (1980-2017)” resulta da análise aos incêndios ocorridos nos últimos 37 anos, e permitiu identificar os locais onde são mais frequentes assim como a origem das chamas. 

No relatório em destaque no semanário Expresso é possível perceber que entre as causas mais comuns na origem dos incêndios estão o vandalismo, que inclui o incendiarismo, provocação dos meios de combate aos incêndios, manobras de diversão ou conflitos com vizinhos e vinganças, e ainda os reacendimentos. 

Este documento foi elaborado para facilitar a tomada de decisões estratégicas, de âmbito nacional ou regional e prioriza as oportunidades de gestão florestal.

Produzido para a Agência para a Gestão Integrada do Fogo Rural (AGIF), através de um contrato com o Laboratório Colaborativo ForestWise, o mapa definiu quatro macro regimes de incêndio. Esta informação será usada para manter tratados 1,2 Milhões de hectares, até 2030, através da maquinaria, pastorícia ou fogo controlado. 

Ao mesmo tempo, o mapa ajudará na gestão ativa de pinhais, eucaliptais e montados. Os objetivos constam do Plano Nacional de Ação da Agência para a Gestão dos Fogos Florestais (AGIF) e a “Cartografia de Regimes de Fogo à Escala da Freguesia” suportará decisões “estratégicas de âmbito nacional ou regional”.

O trabalho contou com os investigadores do CEF Duarte Oom (atualmente no Centro Comum de Investigação, da Comissão Europeia), Inês Melo, e o bolseiro Giuseppe Baldassare.  Participou ainda neste relatório o Professor Mário Pereira, do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD).

Segundo o Professor José Miguel Pereira: “é preciso gerir melhor o fogo no inverno, para termos menos incêndios no verão”. O coordenador do CEF salienta ainda que a gestão do fogo “não implica a escolha de espécies para arborização, mas antes tornar mais benigno os efeitos dos incêndios para que não evoluam para a dimensão de acidente ou catástrofe”. 

Consulte o relatório completo: