Projeto AQUADAPT pretende promover a resistência e resiliência dos ecossistemas fluviais às alterações climáticas

Os cenários climáticos recentes prevêem mudanças dramáticas para o interior de Portugal, onde o aumento da temperatura do ar poderá atingir +5°C durante o ano de 2100, acompanhado por uma forte diminuição da precipitação e um aumento de eventos extremos (RCP 8.5, IPCC AR5). 

Estas previsões significam mudanças nos padrões térmicos e hidrológicos nas próximas décadas, levando a uma acentuada degradação da água e dos solos, e ao aumento da frequência, intensidade e duração das secas e inundações. Consequentemente, o desenvolvimento sustentável do interior de Portugal dependerá inevitavelmente da capacidade de adaptação a tais alterações climáticas.

O projeto AQUADAPT – Ecossistemas fluviais à prova de alterações climáticas para uma gestão sustentável pretende promover a resistência e resiliência dos ecossistemas fluviais às alterações climáticas, através da avaliação de riscos e da construção de ferramentas de adaptação.

Será desenvolvido um sistema de monitorização e alerta de alta resolução por meio de técnicas de modelação, previsão e planeamento, e vão ser testadas soluções baseadas na natureza em zonas degradadas de áreas protegidas e agrícolas. 

O caráter inovador deste projeto reside na abordagem multidisciplinar reunindo investigação, ferramentas de planeamento, e divulgação. A sua relevância assenta na construção de produtos replicáveis ​​no contexto nacional e internacional.

O conhecimento adquirido das mudanças climáticas e hidrológicas, os seus impactos e possíveis respostas naturais para promover a resistência e resiliência dos ecossistemas permitirá a construção de cenários e alternativas para uma tomada de decisão informada por políticos, gestores e demais stakeholders para as próximas décadas. 

Desta forma, o projeto AQUADAPT irá alimentar a transformação para uma região mais sustentável para as pessoas e para a natureza.

O CEF é o líder do Consórcio AQUADAPT que conta com o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (IST), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) através dos seus serviços descentralizados, a Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARHN), a Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste (ARHTO), a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo (ARHAlent) e a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, S.A. (EDIA).

Fotografias recolhidas na sub-bacia da Rio Sabor: a) margens da Ribeira da Vilariça com canavial da planta invasora Arundo donax, b) leito do Rio Sabor, c) troço a montante do Rio Sabor com vegetação ribeirinha bem desenvolvida, d) mosaico agrícola do vale da Ribeira da Vilariça.