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Interação Cafeeiro - H. vastatrix

H. vastatrix, à semelhança de outras ferrugens, é um agente patogénico biotrófico com um ciclo de vida complexo. O processo de infecção de H. vastatrix em folhas do cafeeiro involve eventos específicos incluíndo a germinação dos uredósporos, a diferenciação de apressórios sobre o estoma e a formação de haustórios em células vivas do hospedeiro. Os soros uredospóricos saem em “bouquet” através do estoma cerca de 21 dias após a inoculação.

 




 

Pustules of uredosporic sori
Uredosporic sorum






      Soro uredospórico



 

Estudos citológicos mostraram que em diferentes genótipos de cafeeiro (Coffea spp.) a resistência se caracteriza pelo crescimento restricto do fungo (resistência pré- ou pós-haustorial) associado a diferentes respostas da planta, nomeadamente a reacção de hipersensibilidade (morte rápida e localizada das células da planta na zona de infecção), o encapsulamento dos haustórios com calose e 1,4-β- glucanas, a deposição de compostos do tipo fenólico (ex. ácidos clorogénicos), a lenhificação das paredes celulares e a hipertrofia de células da planta. Algumas destas respostas também se observam em plantas susceptíveis a H. vastatrix, mas ocorrem em fases mais avançadas da infecção, não impedindo o crescimento do fungo e a sua esporulação.



Estudos bioquímicos revelaram que a resistência está também associada ao aumento de actividade de diferentes enzimas oxidativas, tais como peroxidase, superóxido dismutase e proteínas “germin-like”, assim como fenilalanina amoníaco-liase e quitinases. Nas plantas susceptíveis a actividade de algumas destas enzimas também aumenta mas mais tardiamente no processo de infecção e por isso não impede o crescimento do fungo.

Vários genes potencialmente envolvidos na sinalização, reconhecimento e defesa foram identificados em interacções Coffea spp. - H. vastatrix, incluindo receptores do tipo cinases, “WRKY”, glucosiltransferases, lipoxigenases, e PRs (relacionados com a patogenicidade). A quantificação do ácido salicílico (SA) por HPLC/ESI-MS/MS mostrou um aumento deste composto de sinalização às 24 hai em interacções incompatíveis, sugerindo o envolvimento de uma via dependente de SA no mecanismo de resistência do cafeeiro à H. vastatrix do fungo.

 


A análise proteómica (baseada em electroforese 2D) de fluidos do apoplasto da folha em interacções C. arabica – H. vastatrix compativeis (susceptibilidade) e incompatíveis (resistência) mostrou duas fases distintas na resposta de defesa: uma mais inicial/basal (24-48 hai) e outra tardia/específica (72-96 hai). A resistência, quando comparada com a susceptibilidade, esteve associada a um maior número de proteínas, mais evidente na fase tardia/especifíca. Os resultados obtidos sugerem que algumas glicohidrolases, proteases e PRs são potenciais candidatos a marcadores da resistência do cafeeiro a H. vastatrix.

 



Publicações:

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