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COORDENAÇÃO: Associação para a Inovação e Desenvolvimento da FCT (NOVA.ID.FCT), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Coordenação do projeto: Pedro Vieira (E-mail: pmv@fct.unl.pt), Gestão do projeto: Juliana Monteiro (E-mail: jfb.monteiro@fct.unl.pt), Investigadores: Cátia Magro e Leonardo Martins

EQUIPA CEABN InBIO: Francisco Castro Rego, Leónia Nunes, Ana Catarina Sequeira

OUTRAS INSTITUIÇÕES: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (José Nogueira, Nuno Neng, Oriana Gonçalves)

URL: https://www.youtube.com/watch?v=ExO8ZaKgECw

Muitas das consequências dramáticas dos incêndios florestais, em especial no que respeita à perda de vidas humanas, são causadas por comportamentos extremos dos incêndios, com alterações rápidas de velocidade, fenómenos que têm sido designados na terminologia anglo-saxónica como "blow-up", "eruptive", ou "flashover". Vários sobreviventes testemunhas destes fenómenos têm usado termos como "lagos de fogo", "lençóis de chamas" ou "explosões repentinas" para ilustrar estas situações extraordinárias. E descrições como estas foram muito comuns entre os que assistiram ao incêndio de Pedrógão Grande em Junho de 2017 que ficou bem documentado nos registos de video realizados durante a progressão do incêndio.

Apesar da inegável importância da compreensão destes fenómenos, é evidente que os modelos actuais de previsão da propagação do fogo não são capazes de explicar adequadamente esta súbitas alterações de comportamento do fogo. No entanto, depois de comportamentos deste tipo em diferentes pontos do mundo como nos eucaliptais da Austrália ou nos pinhais da Córsega, começaram a ser propostas explicações científicas para o fenómeno. Como consequência existe agora uma teoria sólida que sugere que gases inflamáveis libertados pela vegetação sujeita a aquecimento, e em particular os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) frequentes nas plantas Mediterrânicas, assim como os produtos de combustão incompleta na frente de fogo, podem, nalgumas situações particulares de topografia e ventos, acumular em locais onde, depois da chegada da fonte de ignição, inflamar-se rapidamente como em explosões.

Estes incêndios "flashover" são frequentes em incêndios em habitações ou outros ambientes confinados onde os gases inflamáveis se podem facilmente acumular em concentrações superiores ao Limite Inferior e Inflamabilidade, onde com suficiente oxigénio e fonte de ignição, se criam situações explosivas.

No projecto EXTREME propomo-nos a avaliar as condições para que estes fenómenos extremos possam ocorrer, analisando as diversas componentes do problema:

a) a libertação de gases inflamáveis (em especial VOCs) a partir das folhas de algumas das principais espécies florestais Portuguesas (Pinus pinaster, Eucalyptus globulus, Quercus suber e Quercus sp.) depois de aquecidas a diferentes temperaturas e depois de combustão incompleta com diferentes níveis de oxigénio;

b) as concentrações possíveis desses gases no volume de um povoamento florestal a partir da quantidade e distribuição das folhas das espécies consideradas;

c) a distribuição dos VOCs na atmosfera de regiões florestais por técnicas de detecção remota;

d) a integração do conhecimento adquirido num Sistema de Apoio à Decisão que possa suportar decisões de silvicultura que afectam a composição e a estrutura dos povoamentos e apoiar as operações de combate do incêndio de forma segura para os combatentes e a população afectada. Um modelo de base processual será a base da integração.

Um ênfase especial será dado à disseminação dos resultados do projecto, incluindo um workshop final com os gestores da floresta e operacionais do fogo que deverão considerar estes processos quando têm de decidir sobre a floresta ou sobre os incêndios de modo a evitar as condições que permitem a ocorrência deste eventos extremos ou que possam minimizar as suas consequências.