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COORDENAÇÃO: Francisco Castro Rego (CEABN InBIO).

EQUIPA CEABN: Anabela Marcos Pereira, Carlo Bifulco, Francisco Chagas Correia, Francisco Castro Rego.

OUTRAS INSTITUIÇÕES: Infraestruturas de Portugal, SA (ex- Estradas de Portugal, SA).

O Centro de Ecologia Aplicada Prof. Baeta Neves (CEABN InBIO), do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade de Lisboa, participou em colaboração com a Associação para o Desenvolvimento do Instituto Superior de Agronomia (ADISA), num protocolo com as Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP) num Projecto de Integração Paisagística e de estabilização do talude implementado em 2014 no Nó da Malveira, na A21 em Portugal.

O talude apresentava diversos deslizamentos e ravinamentos profundos, numa área de 40m de altura por 250m de base, dividido em três panos, desprovido de vegetação. O projecto consolidou técnicas clássicas de geotecnia, como o reperfilamento do talude, com técnicas de Engenharia Natural no revestimento vegetal do reperfilamento, e na estabilização e consolidação da encosta, a fim de evitar a queda de blocos de pedra, o transporte dos finos para a via pública e a erosão em geral.

Este projecto teve como propósito ser um projecto-piloto de Engenharia Natural em Portugal, usando algumas técnicas ainda não testadas, na recuperação de um solo desprovido de húmus resultante do reperfilamento do talude.

Na execução do projecto foram implementadas diferentes técnicas:

• Para proteger os taludes da erosão superficial:

- Sementeiras com cobertura de protecção de palha e esteira de palha;

- Hidrossementeiras;

- Hidrossementeiras sobre geogrelha tridimensional com drenagem subterrânea.

• Para estabilizar os taludes:

- Faixas de vegetação;

- Plantações de arbustos.

• Para consolidar os taludes:

- Gabiões vivos;

- Degraus em pedra em madeira com estacas.

• Para proteger da erosão as linhas de escorrência temporária:

- Colchões vivos;

- Valetas vivas; 

- Escovas vivas.

A escolha das espécies vegetais (plantas, estacas e sementes de herbáceas) foram seleccionadas da flora Portuguesa com base na investigação realizada no CEABN InBIO. O CEABN InBIO colaborou com a IP no acompanhamento das obras, estando neste momento responsável pela sua monitorização.

Por último, de referir que a época prevista para a execução do projecto estava planeada para ocorrer a Setembro de 2013, por ser o período mais adequado à implementação das técnicas de Engenharia Natural. Mas na verdade o Plano de Integração Paisagística foi realizado na pior altura do ano: de Maio até o fim de Julho de 2014. Apesar deste atraso, as sementeiras com cobertura de protecção de palha, instaladas nos meses de Junho e Julho, que nunca foram regadas, tiveram a capacidade de produzir logo em Julho as primeiras plântulas que em Setembro produziram uma densa cobertura vegetal, apresentando o seu desenvolvimento mais luxuriante nos meses entre Novembro e Março.

A instalação das estacas foi efectuada nos meses entre Maio e Julho e foi acompanhada por rega gota a gota diária até o mês de Agosto. Das estacas instaladas nos últimos dias de Julho, algumas não vingaram e deverão ser substituídas. Nas faixas de vegetação, instaladas no mês de Julho, as plantas com o caule enterrado produziram uma densa vegetação arbustiva. Estas faixas retiveram também as sementes das hidrossementeiras que não ficaram coladas ao terreno, executadas em Setembro com repetição em Dezembro, contribuindo assim para a densidade da vegetação.

Um talude erodido e instável, apresentando o transporte de finos e o risco eminente de queda de blocos de pedra na faixa de rodagem, foi substituído por “um talude novo”. A construção do Nó da Malveira em 2008 criou uma disrupção que no presente a IP, nova entidade gerente da A21, está melhorando com a construção de paisagem com novos e funcionais taludes verdes. O projecto já foi objecto de visita técnica por estudantes da Universidade de Palermo e por estudantes da Escola Superior Agrária de Viseu e encontra-se agendada para a primavera de 2016 a visita técnica de estudantes das Universidades de Lisboa (IST e ISA) e do Algarve.