Inicialmente desenhados para acompanhar os efeitos da poluição atmosférica nas florestas (Regulamento nº 3528/86 do Concelho), os programas de monitorização ICP forest e EU forest (www.icp-forest.org) constituiram uma base excelente para o desenvolvimento de métodos harmonizados de avaliação da biodiversidade à escala do povoamento.

Estes métodos foram desenvolvidos na Primavera de 2003 no âmbito do projecto ForestBiota (Forest Biodiversity Test-phase Assessments), que utilizou 82 dos 888 pontos onde se efectuou a monitorização intensiva da qualidade das florestas a nível europeu e onde há disponível (para a sua grande maioria):

i) informação do local (caracterização meteorológica, material de origem, química do solo);

ii) características do povoamento (espécies de árvores, dados dendrométricos);

iii) composição da vegetação em sob-coberto

iv) deposição atmosférica.

No âmbito do projecto ForesBiota foram desenvolvidos e implementados métodos que permitiram obter informação complementar sobre estrutura do povoamento (vertical e horizontal), a matéria morta (deadwood), os líquenes epifíticos e a vegetação em sob-coberto, considerados pelos peritos como indicadores utilizáveis para a monitorização da biodiversidade.

Tendo Portugal sido pioneiro na utilização desta rede comunitária para a monitorização da biodiversidade (eg., PAMAF 8151 e PAMAF- estudos estratégicos nº 442.971.022) e ainda tendo participado nos projectos que consubstanciaram as propostas metodológicas que emergiram do ForestBiota, surgiu a possibilidade de testar a viabilidade destes métodos harmonizados, no contexto português.

Assim, o principal objectivo deste estudo foi aplicar o sistema harmonizado desenvolvido no âmbito do ForestBiota para recolher informação sobre parâmetros biológicos nas parcelas florestais de Nível II, contribuindo para a melhoria da monitorização da biodiversidade a nível europeu. Um tipo de programa com objectivo semelhante mas direccionado para outras componentes biológicas, nomeadamente a faunística (macrofauna edáfica, aves e borboletas) foi desenvolvido paralelamente nos mesmos pontos no âmbito de um projecto coordenado pelo IAV, de Coimbra (também co-financiado no âmbito do Programa Nacional Forest Focus).

Esta situação criou sinergias que permitiram ao organismo responsável pela implementação deste tipo de programas tomar uma posição consciente perante a eficácia e aplicação deste instrumento de monitorização.